As palavras são meu refúgio de dias dificies, mal vividos, angustiantes, são divisões de uma vida cheia de traumas não reconhecidos e um corpo entulhado de sentimentos represados. Por vezes eu mergulhei nos manuscritos do bloco de notas para dá alivio a alma, nem tudo pode ser dito a outros, mas faz bem dizer a si mesmo, drenar o sentido dos acontecimentos, absorver o que foi vivido não para remoer mas para filtrar o que tem de bom, o que pode ficar e abastecer o fio da vida, dá esperança e alivio.
É importante decodificar o sentido das palavras, entende las para entender o sentidos das pessoas, nada é por acaso,nada é absoluto, tudo é relativo - relativo a criação, circunstancias e padrões marcados. Por vezes as palavras dançam desordenadamente dentro do meu corpo, se debatem tentando se acalmar ou sair, as vezes saem como lágrimas, como sonhos, como sangue ou em textos. De vez em quando eu encontro elas vagando em músicas, entoadas no tom de uma pessoa desconhecida por nome mas familiar a dor, melodias que escolhem repousar em corações destroçados e almas amargas.
As palavras são como segredos de um cofre, há tantas e tantas combinações, porem somente as certas é que abrem almas trancadas, tocadas por expressões engatilhadas que navegaram pelo tempo e foram atingidas em cheio para momentos que sua própria mente decidiu enterrar para preservar vivo o hospedeiro que vive pela migalhas de felicidades que o tempo foi deixando e passando por cima de assuntos mal resolvidos para garantir que sempre tivesse uma segunda chance, provando vez após vez que ainda tinha tempo.
Elas representam alivio, mas não é garantia de cura,é anestesia, oportunidade de enganar a mente que tudo vai ficar em ordem,assim a cronologia do tempo vai carregando os pesos, ate que você decidi não mais carregar, um único suspiro, balbuciando as ultimas palavras de um viajante que tentou falar.