"Todo filho é Pai da morte de seu Pai" -Fabrício Carpinejar


Fabrício Carpinejar, nascido em 23 de outubro de 1972, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, é um dos mais destacados poetas, cronistas e jornalistas brasileiros contemporâneos. Filho de poetas, Carlos Nejar e Maria Carpi, ele cresceu em um ambiente literário, o que influenciou profundamente sua carreira. Carpinejar começou sua trajetória literária na poesia, publicando seu primeiro livro, "As Solas do Sol", em 1998. Ao longo dos anos, ele expandiu seu trabalho para incluir crônicas e ensaios, abordando temas como amor, família, cotidiano e relacionamentos.


"Todo filho é Pai da morte de seu Pai" é uma crônica que fala sobre a inversão de papéis entre pais e filhos e é um tema que toca profundamente as relações familiares e essa transformação é carregada de desafios logísticos, emocionais e, muitas vezes, éticos.  





"Todo filho é Pai da morte de seu Pai"(2018)


Quando os filhos acompanham seus pais no envelhecimento, quando os filhos cuidam de seus pais até a morte, os papéis se invertem. O pai passa a ser o filho, frágil e vulnerável, e o filho se torna o pai, protetor e responsável.

Vê-se, assim, a fragilidade daquele que um dia foi a figura de força e segurança. A vida se transforma em um ciclo, onde os papéis se alternam e se completam. Esse processo de cuidar é, ao mesmo tempo, um ato de amor e uma dolorosa preparação para a perda inevitável.

A relação entre pai e filho, que sempre foi marcada pela proteção e orientação do pai, agora se inverte. O filho é quem segura a mão do pai, quem oferece consolo e apoio nos momentos de fragilidade. É um desafio que exige paciência, empatia e uma força emocional imensa.

A inversão dos papéis não é fácil. Ela traz à tona sentimentos de tristeza, frustração e impotência. O filho, ao cuidar do pai, enfrenta o luto antecipado e a preparação emocional para a despedida. Mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade para fortalecer os laços familiares, para criar memórias que serão lembradas com carinho.

Essa experiência transforma o filho. Ele ganha uma nova perspectiva sobre a vida, sobre a importância do tempo compartilhado e sobre o valor das pequenas coisas. Cuidar do pai é uma maneira de honrar a história e os sacrifícios feitos ao longo dos anos.

Ser pai da morte do seu pai é uma das maiores demonstrações de amor e devoção que um filho pode oferecer. É um legado de cuidado e respeito que transcende a mortalidade, deixando uma marca profunda na história da família.


Vanessa P. Diniz

Carrego São Luís no meu coração e transmito meus sentimentos por palavras! Seja Bem Vindo!

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